Música de Leonel Gomez
Galho de roseira seca
Estendida pelo campo
Machuca o corpo do vento
Que geme contra teu grampo
Quem foi que tirou teu tento
Do couro de algum mandinga
Cheio de farpa perdida
Pra andar abrindo ferida
Na querencia que amo tanto
No encontro do meu gateado
Num dia de ver a prenda
Ficou a primeira renda
Que deixei no teu farpado
Te meti chave de arame
Pra vim te dar costeio
E me mandaste um puaço
Num barbaro cimbronaço
De me atorar pelo meio
Mil vezes te derrubei
Mil vezes te levantaste
E o passo que me cortaste
Eu nunca mais encontrei
Sete cordas de arrogancia
E nada para me dar
Mas se me resta a lembrança
Foi quando perdi a distancia
Que eu aprendi a cantar
Quem prende pelos punhais
Pastiçal crina de egua
Prendeu o tempo das leguas
Que é o tempo do nunca mais
Quando perdi o horizonte
Me restou consolação
Ver teu espinho pequeno
Chorar gotas de sereno
Por viver preso ao moirão
Contribuição: Fabrício Campos