Hoje é dia de fandango, já estou de bota lustrada
Com a emoção de sempre e a cordeona preparada
Tomei um trago de canha prá deixar a goela afinada
Já está quase tudo pronto e hoje eu viro a madrugada
Se tem coisa nesta vida que faz feliz um gaiteiro
É sentir a casa cheia e o calor do entreveiro
Algum olhar de morena na penumbra do candieiro
Num baile de chão batido e um trancão de fandangueiro
Sou fiel aos meus princípios, capricho em tudo que faço
Eu nasci prá ser gaiteiro e hoje sou pai do gaitaço
Se o surungo for cumprido não dou bola pro cansaço
Meto gaita a noite inteira, tenho confiança no braço
Hoje eu vim prá fazer a festa, tenho raça de peão
Morro seco e não me entrego, sou crioulo do pontão
Se a morena vier no baile magoar meu coração
Quem sabe eu chore outro dia, hoje eu garanto que não
/
(2x)(refrão)
Cá no fim do mundo tem surungo
Calça umas escoras na parede
Tira uma gelada lá do fundo
Que essa gauchada vem com sede
(refrão)
E o gaiteiro véio diz quem é
De lenço encarnado e palitó
Toca acompanhado de cuié
Um bugio largado de dar dó
(refrão)
Esconde as galinhas lá no mato
Que da outra vez já me faltou
Vamô burilá sem desacato
Cuidado com o retrato do meu vô
(refrão)
Neste roça perna de campanha
O tempo parece que parou
Ainda se dança a meia canha
De chapéu na nuca e tirador
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Baile de baixa categoria.
Filho de origem estrangeira, nascido aqui. Pode ser filho de branco, de amarelo ou de preto, não importa a raça ou a cor.
Guariba, primata sul-americano.
Avental de couro; pilcha exclusiva de serviço.