Meio encharcado me enforquilho no gateado
Que já sabe quando saio a campeá sarna pra cocá
Pois pego o rastro do resmungo da cordeona
Esta lôca redomona que me chama pra bailá
Uma vanera desde moço me cutuca
E este vício é uma arapuca que me prende no retoço
E quando apeio me alvoroto feito um ganso
E na fuzarca me avanço qual cusco magro num osso
(Ronca, ronca oito-soco
Que eu saio que é um sapo louco pateando pelo salão
Chacoaiando a mondoguêira
Sarandeio a noite inteira nem que me rache os garrão)
É pela fula que me gusta esses bailongos
E ao remexê dos mondongo o vivente as veis se arruma
Vou sala a dentro pras china pedindo boca
E já soltando as bóia louca que é pra ver se fisgo alguma
Quando chacoaio nos braços d'algum cambicho
Pulo me encurto me espicho e no vaivém quase me racho
Pois nesta lida de gasta sola da bota
Este qüera tem mais volta que burro criado guaxo
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Puxa o fole seu gaiteiro
Que essa noite é de entreveiro
Vai ser grande e dê-lhe festa no galpão
Chacoalhando o tempo inteiro
A moçada dançadeira
Sarandeia e dê-lhe xote e vaneirão
Puxa o fole seu gaiteiro
Que eu tô louco de faceiro
Pois eu sei que alegria mora aqui
No piquete orelhano
Tem fandango todo ano
É o coração da gauchada em Quaraí
Farra licenciosa.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Indivíduo, criatura, pessoa.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Pequeno agrupamento de pessoas; também designa um pequeno potreiro, onde pastam os potros.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.