Quem vê de longe diz que é um taura da campanha
Trás na figura a própria estampa do rincão
Mate cevado e uma matera a meia espalda
E bem pilchado pra dizer que é gauchão.
Mas quando está sozinho em seu apartamento
Esquece o mate e se veste igual maloqueiro
Só bota a pilcha quando é dia de rodeio
Estufa o peito e fala alto eu sou campeiro.
Cheio de manha estiloso
Malandrão cento por cento.
É o gauchão de apartamento.
/
Me enfurnei no galpão,
Mas louco de invocado
Porque tinham me roubado,
O gateado da estima
De resto ainda por cima,
Levaram meu doze braças
E pra aumentar a desgraça,
Quebrei os pratos com a china.
A minha roça de milho,
Cheia de espiga novita
Me bateram as caturritas,
E esculhambaram a metade
Pra completar a maldade,
Aquele zebu aspudo
Tu vê, com cangalha e tudo,
Comeu as couve à vontade
Mas sou feito de tutano,
Tenho sangue castelhano
E não me entrego assim no más
Pra acabar com a desgraceira,
Brigo até virar caveira
No quintal do satanás
/
Nasci para correr o mundo
E é assim que eu vivo feliz
Gaiteando de pago em pago
É a vida que eu sempre quis
Um chapéu de aba larga
Eu sempre trago comigo
Me protege do sereno
E às vezes serve de abrigo
Não tenho morada certa
O andar é a minha sina
O azar não me acompanha
Mulher não me determina
Sou um parceiro do vento
Sem destino e sem morada
Quando o dia mostra a cara
É que eu boto o pé na estrada
Sou o que sou
Tenho a gaita por parceira
E um trancão velho monarca
Que cruza serra e fronteira
Vivente que se pode recomendar.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Artefato de madeira (em forma de forquilha) que se coloca sobre o pescoço dos animais e que, serve para impedi-los de roçeirear.
Lugar em que se nasce, de origem