Dê-le surungo
Que esta noite é uma criança
Segue com a dança
Que eu quero me entrverá
Gosto dum xixo
Pra chacoaia a mondongueira
Numa vaneira
Dessas de descadeirá
Não tô aguentando
O xixado desse corpo
De fazê morto
Do caixão se levantá
Vai no gingado
Da loirinha e da morena
A noite é pequena
Prá quem quer se encambichar
/
Passei o mês inteiro
Em cima de um cavalo
Paleteando e dando pealo
Nesse dura lida
É sábado à noite
Vou batendo o mango
À procura de um fandango
Prá alegrar a vida.
Hoje vou sacudir a poeira
No embalo da vaneira
Até o sol raiar
Nos braços da linda morena
Uma noite é pequena
Prá mim sarandear.
/
Vinha parando rodeio
Costeando a ponta do mato
De pingo alçado no freio
Lanhado a unha de gato
Chapéu meio desabado
De esvoaçar pelos atalhos
E o pala “véio” esfiapado
Soltando a franja nos galhos
Quando pego o sol dormindo
De riba dos meus arreio
O dia pôr caborteiro
Na paleta eu esporeio
Sou um campeiro do rio grande
Vivo entre a terra e o céu
Moro dentro do meu poncho
Debaixo do meu chapéu
Afetivo de cavalo de estimação.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.