Na vida de domador encontrei muito caborteiro
Cheio de espinho no lombo que nem ouriço cacheiro
Igual este zaino mocho maneteador e coiceiro.
Crioulo dos cinco salsos lá no fundão de bagé
Se criou pelos banhados arisco igual caburé
Pulando cerca de pedra e deixando a indiada de a pé.
Essa vida meu irmão tem muitos encantamentos
Enquanto o zaino veiaqueava direito a um mato carrasquento
Eu escutava uma milonga bordoneada pelo vento.
Larguem no más este macho que tá com lombo que é um serro
Que hoje eu te desengane e talvez te pague o enterro
Tenho sangue de bugio mestre e sou metido a “martín fierro”.
Deram um tapa no focinho e foi aquele sarandeio
Abri o peito com gama como quem para um rodeio.
E o maula saiu sem rumo como cego em tiroteio.
Falado:
Quase na entrada do mato por deus até me comovo
Larguei eu mango cabeçudo nas orelhas sem retovo.
Sai correndo lá na frente
E quando ele quis levantar eu tava montado de novo.
Cantado
Minha metade centauro agora é este zaino mocho
Que eu tirei pra meu irmão e hoje vive sem arrocho
Eu mateio no galpão, ele quebra milho no cocho.
Adestrador.
Animal manhoso e infiel, velhaco.
Sem chifres.
Xucro e assustado.
Guariba, primata sul-americano.
Vivente que não devemos recomendar.
Espécie de açoite.
O osso do jogo-do-osso.
Gaúcho antigo que peleava montado em eguariço.