(Kenelmo Alves, Francisco Alves)
Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu
Se ele é boi, e não é zebu
Será o tal de Boi Tatá?
Salta fogo dos seus olhos
Salta chispas do focinho
Vou chegando de mansinho
Pra ele não me atropela
Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu
Vou chegando mais pra perto
E esse fogo não se paga
Já não sei se estou bem certo
Pela cruz da minha adaga
Já cacei um lobisomem
Lacei mula sem cabeça
Se eu não pego o bicho some
Antes que o sol apareça
Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu
Do couro da cobra grande
Fiz um laço bem trançado
Pra laçar o boi de fogo
Lá do umbu amaldiçoado
Não tenho medo do diabo
Nem dos chifres retorcidos
Da carne faço guisado
Dos ossos faço fervido
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Prato da culinária gaúcha, criado pelos escravos de Estâncias e Fazendas.