Voltei ao rancho da querência onde nasci
Vim ao tranquito assoviando uma vaneira
Não vi ramada, não vi rancho nem mangueira
Pensei comigo: Com certeza me perdi
Campo lavrado no lugar que era o potreiro
Campo lavrado num pelado do rodeio
E o braço erguido no pedaço de um esteio
Adeus pra sempre do meu rancho de posteiro
Berro de gado, rincho de potro
Canto de galo, riso de gente
Tenho o passado´perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro
Berro de gado, rincho de potro
Canto de galo, riso de gente
Tenho passado, perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro
Tenho passado, perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro
O ronco estranho do trator substituindo
A voz dos pastos da ternura e da inocência
Monocultura, apenasmente destruindo
Memória e campo que roubaram da consciência
Eu tenho ganas que este maula sem respeito
Que fez lavoura da invernada onde eu vivia
Tente arrancar a grama verde de poesia
Deste Rio Grande que carrego no meu peito
Berro de gado, rincho de potro
Canto de galo, riso de gente
Tenho passado, perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro
Berro de gado, rincho de potro
Canto de galo, riso de gente
Tenho passado, perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro
Tenho passado, perdi o presente
Beira de povo, meu tempo é outro