Na minha terra havia um negro
Por nome de Juvenal
Quando este negro cantava
Mais parecia um sorçal
Garganta de cotovil
No meio do pajonal
Negro taura e respeitoso
Não gostava de alarido
Da meia-noite pra o dia
Ele firmava o sentido
Abria toca sapateando
Nos bailes de chão batido
Declamado:
Não ia no "diz-que-disse"
Nem gostava de fofoca
Respeitado da peonada
O mimoso das chinocas
Dispensava a jaguarada
Pra arrancar tatu da toca
Quando botava um armada
Um grito se vinha à tona
Andejo, taura liberto
Sem nunca levar carona
Era o dono dos bochinchos
Desmamado da cordeona
Declamado:
Se escapasse algum touruna
Ele pedia a bolada
Este fato aconteceu na minha terra colorada
Agarrou um touro a unha
Gritando e dando risada
Por isso canto, senhores
Neste meu jeitão bagual
Lembrando um negro taura
Um campeiro sem igual
Pois com orgulho lhes digo
Que conheci o Juvenal
Pois com orgulho lhes digo
Que conheci o Juvenal