Mal vai o céu pelechando
Com o vir das barras do dia
E o capataz assovia
Ao que ainda a cuia não solta
E o flete percura a volta
Galvoso da companhia
E relinchando a tropilha
Que já descamba na lomba
Se atira empina e se assombra
Honra e glória do ginete
Que tem por sestro o cacoete
De ir espiando a própria sombra
Virando do meio dia
Quando o sol esquenta o chão
Putcha! é preciso garrão
Pra aguentar-se o tipitim
E os verdes campos sem fim
Doem nas vistas como não
Se o serviço da uma folga
Muito bem que se sesteia
Mas se não com a lua cheia
Também se agüenta o serviço
E a indiada, amigos, com isso
Nem tropica ou balanceia
Gritando por esses fundos
Levantando eguada e gado
Pra um rodeio bem parado
Inté consola um cristão
Ver um rosal chimarrão
Coloreando um banhado
Linda no verde a flor xucra
Golpeada no pajonal
Mas é brabo o tremendal
E o campeiro ainda que penda
Não pode colher a prenda
Daquele jardim bagual
E já no mais cerra perna
E os pingos ao grito se arrima
Flanqueando coxilha acima
Uma pandilha aragana
Éééguaaa! Hiju! O égua tirana
Que um corvo te cuspa em cima!
Ataca em fim garra o tranco
Dando uma folga ao flete leal
Então se lembra da tal
Mimando a crina do zaino
Não pode colher a prenda
Ao lenço de um federal
Seu rincão esta realizado
Mas inda ai um que demora
É algum baseado que escora
Nem tem que ver e tranqueando
Vai pensando e vai queimando
Um naco inté muito espora
Cor de baeta de poncho
Linda cor que eu gosto igual
Seja em pelo de animal
Ou quando a rês sangra quente
E o sangue vem brabo e quente
Como uma cobra coral
Aquela flor colorada
Tem inda outra parecência
Porque persisa tenência
Pra um gaúcho ver e deixar
A moça flor colorear
Num ranchito da querência
E já fechado o rodeio
Toca a mudar num recosto
Mudar cavalo isto é um gosto
Fica-se novo e folheiro
Quem quer o tobiano tambeiro?
Dê o tigre pra um mais disposto!
E o indio nesse atropelo
Reconta com bizarria
Irmãos vi uma flor bravia
Lindaça. Laça o tronado!
Cor de coral corcoveando
Da boca de uma sangria
Segunda autoridade de um estabelecimento rural (Estância, Fazenda ou Grânja), de uma Tropa ou de uma Charqueada.
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Leves ondulações topográficas no terreno.
Lugar isolado em fundo de campo.
Pedaço (de fumo em corda ou de carne).
Até.
Animal vacum.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.