Velho angico missioneiro bem na frente da porteira
que muito serviu de sombra pra viajante carreteiro
num gesto curvo e elegante, alto, forte e sem luxo
mandando passar pra adiante bem como faz o gaúcho.
esse angico que lhes falo nasceu na beira da estrada
sem galhos muito deu brasa pra muito fogo de chão
esquentou muita água fria pra servir o chimarrão
também serviu de argumento pra alentar o coração.
quem conversar com esse angico
dá impressão que responde –
vindo a voz não sei de onde
mais eu sinto que ele fala
mas eu sinto que ele fala..!
seu tronco furado a bala
e algumas lãs de pelego
guardando ali os segredos
de muitos gaúchos maulas,
de muitos gaúchos maulas..!
mas agora velho angico só a saudade ficou
mas pra minha lembrança que o tempo não apagou
velho angico missioneiro desta terra quem que nasci
que fez parte d aminha vida dos meus tempos de guri.