Muito obrigado meu pai
Por me fazer cantador
Alegre igual ao senhor
Divertido e brincalhão
Com idéia de campeão
Apurada igual a sua
E fazer versos pra lua
Em noites de solidão.
Não me fez fino e nem grosso
Nem redondo e nem quadrado
Me fez um tipo alinhado
Mais ou menos do seu jeito
E sabe impor o respeito
Em qualquer parte que ande
E o mundo enxerga o rio grande
Quando abro esse meu peito.
Obrigado pelo ensino
De dar carinho e perdão
Ouvir a voz da razão
Amar mulher e criança
Só não dar muita confiança
Pra depois não levar choque
Por que assim conforme o toque
Nessa vida a gente dança.
Me dói ao dizer que agora
Meu velho ja não existe
É o poema mais triste
Que o poeta escreveu
Ficou um retrato seu
Que lembra sua existência
Representando a querência
Este retrato sou eu.