Letra: Evair Gomez
"Com a mão canhota, sustente a pescoceira torcida
O buçal trança de sete é feitio do João Maria
Bamo' dar alegria pra o dia, pode encilhar assoviando
Enquanto, vou te alcançando os apetrechos da encilha"
Primeiro, estenda o xergão com suas tropilhas de pelos
Da sobra de algum novelo, teceu a China Ramona
Agora é a vez da carona, é couro cru bem sovado
Em muitos pousos de tropa, já fiz de mesa pro assado
Agora sentemo' o basto, esse é quatro cabeça'
Por mais feio que pareça, tem suas léguas de invernada
E a barrigueira, essa atada com látego ao travessão
Pode dar mais um tirão pra firmar bem essas garras
Estendemos dois pelegos, pretuscos qual noite escura
E a badana com gravura de iniciais do seu avô
Esta trama é o cinchador, agarrado à sobre-cincha
Redonda qual lua cheia que vem dormir sobre a quincha
Faltou a mala de poncho, o rabicho e a peiteira
Mas, de todas tuas encilhas, esta recém é a primeira
Só vamos sampar o freio com qualquer uma das mãos
Safa a crina do alazão, apertada com a testeira
Assim se vamo' pra o campo, eu e tu, meu patrãozinho
Esta flor esconde espinho, esta aqui é o bem-me-quer
Já desfolhei por mulher que tanto me virou o rosto
Talvez um dia te conto, quem sabe, um dia qualquer
Assim se vamo' pra o campo, eu e tu, meu patrãozinho
Esta flor esconde espinho, esta aqui é o bem-me-quer
Já desfolhei por mulher que tanto me virou o rosto
Talvez um dia te conto, quem sabe, um dia qualquer
Primeiro apero do “preparo” da encilha.
Equipamentos.
Baixeiro apero de encilha que se coloca no lombo puro do animal.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Parte da cincha e também da sobre-cincha com a qual se dá o aperto aos arreios no lombo do eguariço.
Golpe brusco e repentino.
Apero de sola para proteger os forros dos arreios.
Apero da encilha que é colocado por baixo do rabo dos eguariços.
Arremessar, atirar, lançar.