Paulo da Silva Garcia
Quando a tarde vai-se embora
E aumenta mais a saudade
Olhando pela janela
A imensidão da cidade
O destino por maleva
Na cidade me embretou
Às vezes fico pensando
A mim mesmo perguntando
Se ainda sei quem eu sou
Eu sou um bugre do mato
Que o destino deu um pialo
Sou capataz de fazenda
Sem arreio e sem cavalo
Eu sou o Rio Grande antigo
Caminhando pela rua
Fazendo rondas gaúchas
Em cada quarto de lua
Eu sou um Quero-Quero triste
Que campeia onde pousar
Eu sou a vertente d'água
Que não parou de pulsar
Eu sou o próprio ginete
Gineteando campo à fora
Sou a roseta ensanguentada
Sou madrugadas de geada
Sou saudade lá de fora
Eu sou um bugre do mato
Que o destino deu um pialo
Sou capataz de fazenda
Sem arreio e sem cavalo
Eu sou o Rio Grande antigo
Caminhando pela rua
Fazendo rondas gaúchas
Em cada quarto de lua
Sou rancho de Santa Fé
Sou guarda-fogo de angico
Que vai queimando solito
No borraio do galpão
Eu tenho garra de peão
Que morre, mas não se entrega
E a cidade não agrada
Quem cresceu pisando geada
E dormindo nas macega
Eu sou um bugre do mato
Que o destino deu um pialo
Sou capataz de fazenda
Sem arreio e sem cavalo
Eu sou o Rio Grande antigo
Caminhando pela rua
Fazendo rondas gaúchas
Em cada quarto de lua
por nelson de campos
Segunda autoridade de um estabelecimento rural (Estância, Fazenda ou Grânja), de uma Tropa ou de uma Charqueada.
Lugar de onde verte água.
Estafeta que leva algo a outrem.
Peça circular (dentada ou pontiaguda) da espora.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.