O que se passa? Pra onde te atira galponeira, flor de campeira?
Indago "temprano" a minha guitarra
Fumaceando um pito, "mirando lejos"
Onde milogueiro rumbeio a estrada
Uma milonga ajeitada de freio
Esparrama os arreios das minhas palavras
Chuleia um preparo trançado a capricho
Campeia nos livros alguma quarteada
Segue mateando comigo
Em tudo o que digo da boca pra fora
Proseando um lote de coisas de campo
Com a alma no cocho tapada de bóia
Essa milonga é da minha laia
E tchau e gracias
Banquei o pingo na rédea, apeei as encilhas
Enxagüei o lombo e soltei no corredor
Onde um saudade gaviona
Quis me alcançar querendona
Pra me ganhar de fiador
Uma mionga pampeana
Criada em campanha resmunga no más
Cortando alça de gaita
Numa chalana veiaca cruzando o rio Uruguai
Anda no mesmo compasso
Num coraçonaço a bolapé
Puxando a cincha no jeito
Atando o bocal no queixo antes que eu crave o pé
Uma milonga aporreada
Floreia baguala nas garras dos loucos
E empurra a dor com a barriga
Numa coplita argentina ao pé do fogo
Anda pedindo bolada
Botando uma gineteada charqueando o cara do tempo
Contrabandeando cavalos
Pelas aguadas do passo deitando o cabelo
Não há mais nada a dizer
Nem nada por fazer
Essa milonga, ah! essa milonga
"Mi garró sem perros!"
Conjunto da encilha.
Afetivo de cavalo de estimação.
Lanchão chato.
Apero da encilha que serve para apertar os arreios.