La pucha que gineteada
Botou o Neco na alazona
Que se assustou das choronas
Pacholentas tagarelas
Logo adiante da cancela
Se arrastou que é uma quatiara
E já levou as mãos na cara
Dando serviço pra ela
Foi bem assim de vereda
Que se enredou num rebenque
Que se atreve, que sustente
Um careio de verdade
Saiu batendo a vontade
Pedindo cancha pra o mundo
Quanto um lote de segundos
Parece uma eternidade
No contraponto da tora
Vinha bonito o morocho
O relho cruzando frouxo
Tachando a riba do toso
Nesse ofício cabuloso
De lidar com mal costeado
Se perde de acovardado
Se ganha de corajoso
La pucha que gineteada
Dessas de ganhar rodeio
Negro grudado no arreio
"Vuelta de honor" por "supuesto"
Numa mão, rédea e cabresto
Na outra, um pala listrado
O "escenario", um descampado
Para o ator que sabe o texto
Vai daí que a égua roda
Por sobre os caraguatás
E fico a me perguntar
Como é que o Neco saiu?
Se escapando por um fio
De arrebentar o "puchero"
Naquele golpe traiçoeiro
Coisa igual nunca se viu
Égua bolcando por riba
Basto e pelego embarrado
E aquele pala listrado
Cimbrando as franjas do vento
História pra muito tempo
Na boca da gauchada
Que ficou com a gineteada
Gravada no pensamento
Espécie de açoite.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Tem dois sentidos: impulso brusco ou negócio fraudulento de alarife.