(Léo Ribeiro/Jardel Borba)
Um filho de São Francisco é taura desd'a nascença
Não esquece da querência, mesmo longe de seu chão
Olhar altivo e sereno, sem desfazer de ninguém
Mas mostrando de onde vem já no aperto de mão
Por isso que sou assim, um serrano bem campeiro
E, pra exaltar minha terra, ganhei o dom de gaiteiro
Um filho de São Francisco é cantor de verso puro
E sai fora do apuro na contravolta, por cima
Aprendeu na lida rude segredos do pastoreio
É um moirão de rodeio que lasca e nunca termina
Por isso que sou assim, um serrano bem campeiro
E, pra exaltar minha terra, ganhei o dom de gaiteiro
Um filho de São Francisco não deve temer o frio
E no roncar dos bugios sabe de baile e de chuva
E por falar em fandango, são crias do mesmo ninho
Os Mirins, do Rincãozinho e Os Bertussi, da Criúva
Por isso que sou assim, um serrano bem campeiro
E, pra exaltar minha terra, ganhei o dom de gaiteiro
Um filho de São Francisco é irmão da natureza
Deu braçada em correnteza e quebrou vento em coxilhão
Por isso se fortalece no singrar de cada aurora
Quem se criou campo afora não morre de solidão
Por isso que sou assim, um serrano bem campeiro
E, pra exaltar minha terra, ganhei o dom de gaiteiro