(Jairo Brum/Rodrigo Lucena)
Sou peão de estância e levanto de madrugada
Chamo a peonada que dorme lá no galpão
Faço fogo, boto esquentar a chaleira
E o meu cavalo come a primeira ração
Bem traquejado eu vou remendar o laço
Que rebentou quando eu lacei um terneiro
Tomo um amargo preparando um revirado
Enquanto o galo abre o peito no poleiro
Saio pro campo assobiando uma vaneira
E a cachorrada fazendo festa no campo
A galope saio quebrando geada
É a mão de Deus que cobriu tudo de branco
Prendo-lhe o grito, chamo o gado pro rodeio
Eu conto a tropa, boto o sal e passo o laço
Se algum ventena tentar se fazer de louco
Laço nos toco' só pra treinar o meu braço
De tardezita, quando eu volto pra estância
Vou no bolicho tomar uns trago' de canha
Jogo uma bocha e compro uns caramelos
Assim é a vida de quem vive na campanha
Saio pro campo assobiando uma vaneira...