(Cid Ramos)
Negrinho do Pastoreio, te peço em oração
Acendo mais uma vela com fé e com devoção
Não deixe matar as matas e os rios do meu rincão
Dê força para o gaúcho cultuar a tradição
Negrinho do Pastoreio, atenda a minha oração
Não deixe eu perder meu pago, minha vida, meu coração
Nas minhas veias eu sinto que corre o sangue teu
Por isso é que estou lutando por tudo aquilo que é meu
Na história do Rio Grande teu nome nunca morreu
E tudo que ainda temos um dia te pertenceu
Negrinho do Pastoreio, atenda a minha oração
Não deixe eu perder meu pago, minha vida, meu coração
Você honrou o teu nome e foi exemplo de peão
Morreu cortado a chicote, depois jogado no chão
Picado pelas formigas, sem nenhuma proteção
Mas hoje tu tens a glória e nós temos devoção
Negrinho do Pastoreio, atenda a minha oração
Não deixe eu perder meu pago, minha vida, meu coração
A água clara da sanga secou e não verteu mais
Cortaram as pitangueiras, derrubaram os pinheirais
E a chinoca que eu amava foi embora com seus pais
Negrinho, socorra logo que eu já não aguento mais
Negrinho do Pastoreio, atenda a minha oração
Não deixe eu perder meu pago, minha vida, meu coração
Quando a morte vier, com o Negrinho eu quero estar
Peço ao Patrão das Alturas licença pra mim entrar
Com violão bem afinado e as canções que sei cantar
E as tradições da minha terra no céu eu vou continuar
Negrinho do Pastoreio, atenda a minha oração
Não deixe eu perder meu pago, minha vida, meu coração