(Elton Saldanha)
Naquele mato onde cantam as gralhas
O vento espalha chuvas de pinhão
São notas musicais nos pinheirais
Que a gralha canta e semeia no rincão
Acende as grinfas que a tarde pinta
Luz de fumaça em boas-vindas pela serra
Toca o cincerro, seu madrinheiro
Que a gralha deixa uma poesia pela terra
Meu padrinheiro no conta-dinheiro
Queimando a raia não se sofrena
Bota uma pinga que eu sou da raça mandinga
Que aqui as gringas, de tão lindas são morenas
Canta, canta, canta, canta, gralha azul
Canta, canta, canta, canta, gralha azul
Canta, canta, canta, canta, gralha azul
Canta que a gente planta uma canção no sul
Branco de paz, o inverno é pura geada
E uma nevada volta e meia se anuncia
Vem o verão e eu cevo bem meu chimarrão
E vou pro tanque pra visitar as gurias
Nossa Senhora dos Prazeres, abençoa
Madeira boa e vaca gorda é a la farta
O baile lota e eu me grudo nas candocas
Que os bois de bota estão aqui pra bater patas
Meu padrinheiro no conta-dinheiro...
Canta, canta, canta, canta, gralha azul...