Vem chegando, o bugio, lá do mato pra ir num fandango
E por ser bem tradicionalista, vem trajado de espora e de mango
De bombacha e lenço no pescoço, uma bota lustrada a capricho
Chegou cedo e entrou no salão e já foi procurando cambicho
Bugio veio tu não te fresqueia, que a tua fama
Não é das “melhor”
Tu não mecha com mulher casada
Que tu pode levar a pior
A cordeona se abriu lá num canto
E a sala já ficou lotada
Coisa linda, o povo aplaudiu
E o bugio morreu de dar risada
Neste tranco, bem bagual, de lustrar as tábuas do salão
O bugio, convidou, uma moça pra dançar o trancão
Já saiu apertando a prensa, e por certo ia dar falação
Não sabia quem era a moça, de vereda tomou uns empurrão
Bugio veio tu vai te dar mal
Se ajeita foi só um aviso
Te acalme e dance direito
Pra você sair de lombo liso
Desse jeito que tu ta fazendo
A indiada não vai te perdoar
Não te meta com quem não conhece
Se não hoje tu vai apanhar
Eu pensei, que o bugio
Dessa vez ia sair faceiro
Não adianta, botar fé,
Porque o bicho é mesmo fuzarqueiro
Quando chega é só alegria
Mas no fim arruma confusão
Já saiu em baixo do mau tempo pois mexeu com a filha do patrão
Bugio veio te manda embora
Que a coisa ta feia pra ti
Já estão te esperando lá fora
Desta vez eu não vou te acudir
Aproveite que ta meio escuro
Vai dar tempo pra ti escapar
E não volte mais nesse fandango
Vai pro mato que é lá o teu lugar
Autores: Sandro Oliveira e Sérgio Machado
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Vila, distrito.
Guariba, primata sul-americano.