Eu fui entrando num fandango bem cuiúdo
No rancho do joão trançudo na costa do fortaleza
Uma cordeona chorando que nem criança
E eu já fui abrindo cancha mandando embora a tristeza
Levei a prenda pra trotiar um pouco na sala
De bombacha, bota e pala e um chapéu velho tapeado
Ando pilchado porque honro a tradição
E as cores do rio grande no lenço deste peão
Lá pelas tantas o gaiteiro bem cansado
Me pediu que eu tocasse uma daquelas de patrão
Deixa pra mim, vou carcar uma bem campeira
De fazer levantar poeira e despregar as tábuas do chão
E a cordeona de goela aberta gritando
E a indiada firme dançando o xote e o vaneirão
Coisa mais linda um fandango bem lotado
E o povo pilchado batendo com os pés no chão
E desse jeito que eu animo uma noitada
Dessas bem abagualada que dá gosto de se ver
No paraná e em santa catarina
Em toda a região sulina nos bailes de ctg
Eu sou gaúcho e não afrouxo nem um tento
Sou a voz do próprio vento batendo num banhadal
Sempre levando a marca do meu rio grande
Em qualquer lugar que eu ande, interior ou capital
Autor: Sandro Oliveira
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Vila, distrito.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Estafeta que leva algo a outrem.