Fim de semana eu sinto o cheiro de festa
Quebro meu chapéu na testa
E me boleio pras carreiras
Levo comigo dois cavalos encilhados
Um trinta bem carregado e uma faca castradeira
Chego na estância sábado de madrugada
Dou um grito pra gurizada que trabalha na festança
Desde criança enteverado nos rodeios
Carreirada e baile cheio desses de fazer zoada
Nesses rodeios gaúchos de tradição
Tem cordiona e violão chorando numa vaneira
E a poeira levanta lá no salão, no sapateio do peão
Que chacoalha a mondongueira
Tem churrascada, canha boa e chimarrão
Pra prenda e pro peão e também pra gurizada
Bata assada e um feijão velho no trempe
Um arroz a carreteiro desses que faz bem pra gente
No fim do dia depois do serviço feito
Me aperfilo a preceito e vou direto pro galpão
Pra dançar xote, valsa, rancheira e bugio
Chega me dar um arrepio quando toca um vaneirão
Saio no embalo da gaita velha baguala
Nos quatro cantos da sala arregadito na percanta
Abro a garganta e vou chorando no ouvido
Já levo a prenda comigo que arrumei na bailanta
Autor: Sandro Oliveira
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.