Letra: Zeca Alves
Música: Glademir Escobar
Vez por outra alguém se achega, de longe pro meu costado
Vem, me toma o pensamento, e me transporta ao passado
Posso sentir sua presença, enxergá-lo não consigo
Ao de redor do braseiro, alguém mateia comigo
No calor do fogo grande, há um ritual primitivo
Feito um elo entre dois lados, num momento sensitivo
Sendo assim, do meu agrado, deste mundo me desligo
Enquanto do outro lado, alguém mateia comigo
Talvez seja um desses índios de xucra sabedoria
Que nas horas de remanso, quando tudo silencia
Me olha sem dizer nada, feito quem ouve um conselho
Alguém mateia comigo, como se olhasse no espelho
Quem sabe tenha saudade de um tempo que já foi seu
E volte para matá-la, no lugar onde viveu
Alguém que, assim como eu, teve a sorte que bendigo
E na impressão da semelhança, mateia junto comigo
Seguindo o mesmo caminho
deste alguém que me acompanha
Encontro a paz que preciso, na imensidão da campanha
O galpão dos meus invernos é
por certo, um templo antigo
pois, do outro lado da vida, alguém mateia comigo
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.