(Dionísio Costa)
O galo canta e me acorda de madrugada
E a matungada já está esperando por mim
E na confiança mesclada com teimosia
A rebeldia de um ventena vai ao fim
Aqui no campo a pegada é sempre feia
Nem bem clareia e eu já me encontro na lida
Bicho tinhoso que dá pulo campo afora
Junto na espora e lá no lombo aposto a vida
Quando um beiçudo sapateia na mangueira
É igual à poeira em redemunho na tormenta
Arqueia o lombo e parece que o céu desaba
Peleia braba que só um índio taura aguenta
O meu destino eu que desenho a mangaço
Sei o que faço, grito e berro não me assusta
Pois cara feia jamais me desacorçoa
Se a briga é boa eu pago quanto ela custa
Fim de semana eu campeio um divertimento
De pala ao vento e a melena repartida
Em algum surungo me sumo na polvadeira
E é na vaneira que esqueço os tombos da vida
Quando um beiçudo sapateia na mangueira...