(Alberi Silva)
Sentado à beira do fogo tomando meu chimarrão
E o vento minuano assobia na cunheira do galpão
Parece que ele sente o amargo da solidão
Da prenda que foi-se embora abandonando este peão
Nestas frias madrugadas eu fico a matear solito
Ando dum lado pra o outro na solidão do ranchito
Atitudes sem sentido, cada vez mais esquisito
Sinto falta da malvada, saudade do meu piazito
Amanhece, encilho o pingo, me mando pra campereada
Fico o dia entreverado, lidando na invernada
Fim da lida, eu retorno pra minha velha morada
Mais uma noite de saudade, outra fria madrugada
Ela me mandou um bilhete, se arrependeu, quer voltar
Diz que sentiu muita saudade, pediu pra mim perdoar
Então mandei um recado,assim eu posso aceitar
Volte pra me dar carinho e não pra me incomodar
Voltou que nem um docinho e só me chama de nego
Diz que sentiu muita saudade e falta do aconchego
Tá tirando o atrasado e não me dá mais sossego
Tá pra lá de satisfeita, sesteando no' meus pelego'