De vez em quando uma saudade me desperta
Meu velho pingo eu encilho no galpão
Bombacha larga, tapeia um chapéu na testa
E me bandeio para os campos da ilusão
Lembro dos tempos dos clarins e dos relinchos
E dos farrapos estendidos pelo chão
Numa coxilha me sinto ainda menino
De peito aberto e lança firme na mão
Eu sou serrano, sou monarca, sou caudilho
E pela raça, ainda sigo peleando
Disposto e pronto para defender meu pago
De contra o tempo, meu verso sigo cantando
Sou gaúcho do pontão
Não tenho marca, nem sinal,
Sou pêlo duro
E trago atado nos tentos o amor pelo meu chão
Nasci num rancho e me criei pela campanha
Tendo os pelegos e o meu pala como abrigo
Banco e não corro do bicho sem ver o pêlo
Também não nego nunca a mão para um amigo
Pelas andanças, atravessei muitos pagos
E sei decor os caminhos dessas lonjuras
No meu costado vai o rio grande do sul
E em minhas veias o velho sangue charrua
Afetivo de cavalo de estimação.
Alcunha pejorativa dada pelos imperialistas, aos rebeldes e revolucionários de 1835 / 45.
Leves ondulações topográficas no terreno.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Pelagem (cor dos pêlos) de animais.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Um dos povos guaranys pertencentes à nação dos pampeanos.