INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Terra Morta

Miro Saldanha

CD Pedaços (2011)

(miro saldanha) br-vr1-11-00739 editora vertical
O campo se veste de negro na noite de ronda
Enquanto uma angústia me sonda, querendo saber
O vento repete a pergunta, por mais que eu me esconda
Porém o que quer que eu responda não vai responder
Meu deus, será mesmo verdade o que diz essa gente
Que o sol se fará bem mais quente a cada amanhecer
Que a terra se abrirá de sede, tragando a vertente
Até que nenhuma semente possa florescer
Se o pranto que cai das figueiras ao som de uma serra
Calar os que vivem da terra e o meu sabiá
Se a água, que é fonte de vida, for causa de guerra
Valha-me deus, que será?
De que nos valerão avanços, por sobre destroços
Se o solo negar o pão nosso, nada adiantará
Se as cercas cercarem apenas rebanhos de ossos
Valha me deus, que será?
O gado rumina em silencio, meio sonolento
E o tempo vai passando lento, como por prazer
O cheiro do pasto queimado chega pelo vento
E o rumo dos meus pensamentos quase da pra ver
Quem colhe do ventre da terra tudo o que semeia
Do útero seco da areia nada vai colher
Quem traz uma tropa nos olhos e um campo nas veias
Dependerá de mãos alheias para sobreviver
Se o pranto que cai das figueiras ao som de uma serra
Calar os que vivem da terra e o meu sabiá
Se a água, que é fonte de vida, for causa de guerra
Valha-me deus, que será?
De que nos valerão avanços, por sobre destroços
Se o solo negar o pão nosso, nada adiantará
Se as cercas cercarem apenas rebanhos de ossos
Valha me deus o que será?

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VERTENTE

Lugar de onde verte água.

TROPA

Coletivo de militares e de bovinos.