Xiru Missioneiro
A gente vaga sem rumo
Levando o que tem nas costas
Nossa bandeira é a esperança
Onde o futuro se aposta
Erguemos ranchos campeiros
Arando é que se cultiva
E semeamos velhos sonhos
Nesta área improdutiva
No arrastão contra a fome
Velhos, moços e crianças
Fecundando solos pobres
Na casa da mãe esperança
Deus deu a terra pra todos
Dela o sustento tirar
Mas uns tem tanto e não plantam
E tantos sem onde plantar
Se tem tanta terra ao menos
Que na longura se some
Por que nos deixam vagando
Nos descaminhos da fome?
Achando terra sem uso
Meu povo chega e acampa
Pra ver se criam raízes
Num pedacinho da pampa
Pra ver se criam raízes
Num pedacinho da pampa
De longe um rico proprietário
Num latifúndio da serra
Vê enxadas abrindo sulcos
Parindo frutos da terra
Passam os dias e os meses
E nunca resolvem nada
Meu povo segue sofrendo
No acampaamento da estrada
Fazem o povo galopiar
Atrás do cadastramento
Mas nunca acham lugar
Pra fazer o assentamento
A reforma só existe
Na ficção dos decretos
E nós só querendo um canto
Pra criar filhos e netos
Se tem tanta terra ao menos
Que na longura se some
Por que nos deixam vagando
Nos descaminhos da fome?
Achando terra sem uso
Meu povo chega e acampa
Pra ver se criam raízes
Num pedacinho da pampa
Pra ver se criam raízes
Num pedacinho da pampa
Pra ver se cria raízes
Num pedacinho da pampa
Por claudinei chalito da silva
índio ou caboclo. Na língua tupi quer dizer "meu companheiro"
Vila, distrito.