(Angelo Marques/Ricardo Marques/Léo Ribeiro)
"Temo" chegando, "temo" chegando
"Temo" chegando lá das bandas do rincão
Onde "apeiemo", "fizemo" festa
Chapéu na testa, pandeiro, gaita e violão
Já cortado de cordeona
Com água pelas caronas
Lá se vamo' pra o rodeio
Tendo farra não me entrego
Pois sou cavalo de cego
Não precisa "botá" freio
De bombacha bem pregueada
Eu garanto minha pisada
Faço só o que convém
Sou igual ao velho Jango
Vou da lida pro fandango
E assim eu vivo bem
"Temo" chegando, "temo" chegando...
No bolicho da ramada
Faço alguma gineteada
Por ali eu levo os tombo'
Com a canha eu fiz acordo
Carrapato meio gordo
Nunca pára em nenhum lombo
Minha fama não é pouca
Eu ando de boca em boca
Mas não "fróxo" meu garrão
E não cruzo nenhum dia
Sem um bando de guria
Me tenteando o coração
"Temo" chegando, "temo" chegando...
Sou índio debochado
Pra quem é de atravessado
Igual vara de porteira
Solidão nunca me agrada
Então cruzo a madrugada
Com minha gente fandangueira
Meu sistema é o lá de fora
De já hoje e ainda agora
Tudo é o mesmo para mim
E o gauchismo que trago
É um palanque do meu pago
Que lasca mas não tem fim
"Temo" chegando, "temo" chegando...