Me despedi sem palavras
Da missioneira paisagem
Nas barras da madrugada
Em que abandonei meus demais
O coração de gaiteiro
Já tinha alçado viagem
A tempo andava na estrada
E agora eu ia de atrás
A velha são luiz gonzaga
Ficou na luz das retinas
Quando eu entrei na argentina
De balsa por são tomé
E um "rendarme" me perguntou
O que levava?
E "yo" lhe disse:
A alma atada na gaita
E a vida num chamamé!
Guri que nasce gaiteiro
Não manda no seu destino
Vem ao mundo peregrino
Dos sonhos do pago inteiro
E se ele for mensageiro
Da pampa que nos iguala
Sua canção quando fala
Fala por todo campeiro
O coração de gaiteiro
Aprende tudo de ouvido
Por isso canta sentido
A sina do peão campeiro
Se a fome emuda um posteiro
E um verso tras a novilha
E a gaita se desencilha
Nos "causo" de um caborteiro
Refrão:
Deixa que queime, queimando
Deixa que bata, batendo
Se o coração "tá" querendo
Me manda que eu vou cantando
Por culpa desta cordeona
Que me dá vida e me mata
Já "tá" na capa da gaita
O coração do gaiteiro
Um pago sem um gaiteiro`
É um mato sem passsarada
É noite sem madrugada
É rancho sem candieiro
Por isso todo gaiteiro
Reponta sua existência
Levando a voz da querência
Como se fosse um tropeiro
E às vezes fico pensando
Que o coração de gaiteiro
Por nunca ter paradeiro
Vai acabar me matando
Então eu sigo teimando
Pra ver quem cansa primeiro
Mas coração de gaiteiro
Morre batendo e tocando.
Lugar em que se nasce, de origem
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Destino, sorte.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.