Eu vou sair hoje, bem cedo de casa
Pra visitar o comércio lá do povo
Quero comprar alguma coisa que em falte
Um bombacha, um par de bota e um chapéu novo.
Trabalhei neste mês que se passou
Domando potros e consertando o alambrado,
Guardei uns pilas, prá trazer tudo na bucha,
Por que um peão não pode mais comprar fiado.
Está danado do jeito que a coisa vai
Se ganha pouco e não se foge do apuro -
Comprando à vista não se compra quase nada
E no fiado não dá pra pagar o juro.
Conforme, a coisa me sobrar alguns trocados
Vou no barbeiro dar um jeito na gadeia -
Fazer a barba pra ficar mais ajeitado,
Por que um homem relaxado é coisa feia.
Além do mais hoje a noite tem fandango
E o ctg está todo enfeitado
Neste entreveiro pode dar algum cambicho
E eu gosto de estar sempre bem preparado!
Vila, distrito.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Apego ou paixão por uma china, ou por um peão.