Roda de Chimarrão
No Jeitinha Brasileiro (1989)
Berenice Azambuja
Eu nasci naquelas terras onde o minuano assovía
Cevando a erva pro mate chimarreando todo dia
Sou gaúcho de verdade na raça e no coração
Gauderiando em outros pagos
Mesmo assim nas veias trago o sangue da tradição
O sol levanta cedinho e acorda o meu rincão
E lá vai a gauchada pra roda de chimarrão
Quando bate uma tristeza daquelas que a gente chora
Dá uma vontade danada de largar tudo e ir embora
Então eu pego a cordeona e deixo o fole rasgar
Corro os dedos no teclado
E num vanerão largado me esqueço até de chorar
Quando penso na querência vem a saudade baguala
E se acomoda no peito numa dor que não se iguala
Esquento a água pro mate e chimarreio à vontade
Me sento à sombra da casa
E penso que crio asas viajando nessa saudade
Terra buena e hospitaleira de um povo alegre e gentil
Sua natureza desenha a bandeira do brasil
Contrasta as neves do inverno o céu tingido de azul
E os trigais amarelando
Com as campinas verdejando o meu rio grande do sul.