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O Último Adeus de Quem Ganha o Céu

Estâncias da Fronteira (1999)

Luiz Marenco

Gastei meus dias pelas invernadas
Passou a vida sem eu me dar por conta
Restou-me o rumo da última estrada
Que me leva aonde o cruzeiro aponta

Sonhei um rancho com a morena
Na lida bruta de arrocinar potros
Porém a sina inverteu caminhos
E hoje os rumos que tenho são outros

Então não levem por esses novembros
Flores e adornos a uma cruz de campo
Pois quero ser na constelação
Essas estrelas que remendam cantos

Aceitarei preces em noites escuras
Que hão de vir quando chegar meu fim
Porém somente me encontrarão
Os que viajarem para o sul de mim

Trago de alento essa esperança
Pra quando a morte me por o sovéu
De ir pra junto das cinco estrelas
E o que merecer vai me ver no céu

E saberás que uma é o meu coração
A outra contará o que aconteceu
A que mais brilha é a minha bela
As duas tristes são os olhos meus


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