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Pago Perdido

Estâncias da Fronteira (1999)

Luiz Marenco

Um rebenque, um freio e um par de esporas
Restos de história onde a saudade esbarra
Quem já foi tropa, mas é tento agora
Afina o coração pela guitarra

Nasci onde nasceu o continente
Sou do tempo das tropas e manadas
Pintei de rubro o cerne desta gente
Gastei poncho e cachorro nas estradas

Tive tropilhas de pêlo e procedência
Para amansar os rumos da querência
Tive tropilhas de pêlo e procedência
Para amansar os rumos da querência

Antes dos bretes e dos corredores
Rincões abertos para casco e guampa
As madrugadas de deus eram melhores
E mais rosadas as manhãs do pampa

Cavalos, gados, campos, armas, sedas
Relíquias guascas que à memória trago
Perderam-se nos rumos e veredas
Por onde andou a história do meu pago


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