Canto do Índio Velho
Xote Largado (1986)
Berenice Azambuja
Quanta água na garupa
Quanta alegria no peito
Do pelêgo faço a cama
Pra deitar com muito jeito
Pra sonhar com quem se ama
A gente sempre dá um jeito
Amarro a dor na garupa
Encosto a viola no peito
Vou contar nestes meus versos
A vida que me topou
Indio velho de bombacha
Que a morte não pialou
Não temo meu inimigo
Nuca ajoelhei por vencido
Peleio com a própria morte
Enfrento qualquer perigo
Como é que um gaúcho forte
Assim como eu tão vivido
Escravizado se entrega
A um amor proibido
Mil vezes morre um covarde
Nem mesmo Deus lhe chamou
Minha vida põe em aspas
Pois a morte não me achou