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Batendo Casco

De Bota e Bombacha (2001)

Luiz Marenco

Num trote fronteiro de atirar o freio,
Vou topando o vento, só por desaforo
De ganhar a vida num gateado oveiro,
Loco de faceiro, junto dos cachorros

Pelo campo-fora, pelas campereadas,
Apresilho os olhos num florear lindaço
De arrastar pra o toso as "ovelha-mestra",
E tudo que não presta de arredor do rancho

Me pilcho bem lindo, tipo pro namoro
Cabresteando as rugas deste amor bagual
Que ao "cambiar" das léguas, vai boleando a perna
Pra santana velha do rio uruguai

De sovéu bem curto "vamo" meu cavalo,
Amagando pealos nesses mundaréu
Atorando as chircas numa manga d'água,
Amadrinhando a mágoa sem "tirá" o chapéu

"semo" um do outro sem "rasgá" baixeiro,
Adelgaçando o pelo neste manancial
Aparando as crinas, do pescoço a orelha,
De uma égua prenha sem "passa" o buçal


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