Salso Chorão
Volume 8 (1984)
Berenice Azambuja
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão
Plantei um pé de salgueiro
Lá na barranca do rio
Cresceu guapiando as tormentas
Vem, darás caulezinho
Criou raízes no pampa
E seus galhos tão pungidos
Foram sombras dos tropeiros
Marcos pelos rumos perdidos
Um dia deixei o pampa
Para buscar novas fontes
Deixei meu salso solito
Me perdi nos horizontes
Pelegueada perdida
Voltei de rédeas no chão
E fui campear minhas mágoas
Ao pé do salso chorão
E fui campear minhas mágoas
Ao pé do salso chorão
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão
Chorei a infância querida
Retulutando lembranças
E o salso chorou comigo
Como fazia em criança
Milhões de vozes do pampa
Cantavam o canto de ausência
Encostei meu rosto ao chão
Acarinhando a querência
Mangueia fofa as tristezas
Refuguei a solidão
Apartei lembranças tristes
Finquei os joelhos no chão
Sequei o pranto dos olhos
Marejados de emoção
E cantei minha saudade
Ao pé do salso chorão
E cantei minha saudade
Ao pé do salso chorão
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Moleque serelepe, por favor, não trepe
Neste meu salso chorão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão
Ele chora as minhas mágoas no inverno
E me dá sombra no verão