Libertinagem
Verdades (2010)
Valdomiro Maicá
(Letra: Salvador Lamberty | Música: Valdomiro Maicá)
O homem nasceu liberto, com todas as faculdades
Mas logo brotou vaidade e a sede pelo poder
Não se importa com o outro, ganhe ou perca no negócio
Alguém pra pagar seu ócio e seu patrimônio crescer
Trata com tanta importância estas questões de domínio
Não percebe que o declínio prefere quem tá por cima
Quem fala que é mais que todos, exaltando o patrimônio
Tem seu papo enfadonho, bem pior que verso sem rima
O homem quer liberdade, mas vive em sua redoma
O mundo é que sempre doma quem nasceu pra libertino
Ninguém aprende na escola cobiçar a coisa alheia
E por que tanta cadeia e gastos com assassino'?
O homem pra andar mais fácil montou ruas asfaltadas
Mas logo criou lombadas, mão única e sinaleira
Pra o carro correr mais lento, limitou velocidade
E vive preso por grades que mais parecem ratoeiras
Quem se elege pelo voto deve conter a vaidade
E honrar com lealdade, cumprindo com seu dever
O poder de fazer leis, sendo o mais nobre que existe
Por que ainda persiste tanta lama no poder?
O homem puro e confiável seria lá no congresso
Mas quantos driblam processos com manobra e conchavos
Com tanto protecionismo, parece a mirabolância
Que o país é sua estância e que o povo é seu escravo
A pior prisão é a vergonha de encarar seu eleitor
O homem não tem valor se feito de prepotência
Quem faz suas próprias leis, vive pra sempre enjaulado
Envelhece condenado por sua própria consciência