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A Casa Onde Moro

Metendo chamamé (1999)

Neto Fagundes

Acontece na casa onde moro uma fome
De só querer se gostar
Uma cara vermelha tentando
Se consumar

Uma janela desengonçada, um mapa,
Uma notícia ainda por vir
A pé ou a cavalo, tanto faz
Não quero briga, aviso a saudade

Basta um banquinho, uma voz, um violão
Um tango, um sorriso, um lápis, papel
Um samba, milonga... um chamamé
A gente da boca pra fora, melhora
Diz coisa com coisa,
Faz guerra de nervos
E cheio de birra faz cara de bravo
Põe fogo no mato,
Pilchado até os dentes

A vida na alma da gente
Parece carente
Logo quer tocar
Mansinha ela busca um cantinho,
Se abanca no mimo,
E, criativa, ouve música
E se reconhece louca
Na encilha do mate
A tempo de se gostar, gostando
Assim é o futuro humano
Enquanto uns lambem a cria
Outros fazem poesia

Portanto assim também
É o meu amor
Portanto assim também
É o nosso amor
Portanto assim também
É o meu amor


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