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Pra Que Voltem os Condores

A Volta do Missioneiro (com Jorge Guedes e João Máximo) (1988)

Noel Guarany

Quando os ventos redentores
Se alçam ninguém domina
E esta américa latina
Será um voô de condores
Os anseios multicores
Pontearão qual um vaqueano
El coração dos hermanos
É que será o epicentro
Pra resgatar tempo adentro
O ideário bolivariano

Nesse atavismo sem fim
Tão milenar quanto os andes
É que são feitos os grandes
Iluminados enfim
Kenedi, marti, ochimin,
Estrela guia, lavalleja,
Benito juarez, balmaceda,
Lutter king, tiradentes
Pariram sonhos pungentes
Ornados de bronze e seda

Tupac, condor andino
Sucre, sien fuegos e alliende
Pra o lado que a história pende
Aí está um paladino
Lincoll, prestes ou sandino
Seja lá o nome que for
Há de existir um payador
Com sua décima de prata
Ressucitando zapatta
E artigas, el protetor

Não se matam ideais
Populares, precursores,
Mas aí estão os gran senhores
E os grotescos arsenais
Os indigentes mentais
E deles não te compadeças
Em casamatas espessas
Militarizam os ares
Com espadas nucleares
Pairando em nossas cabeças

Crioulo archote de luz
Nos confins do mundo inteiro
Qual meu sepé missioneiro
Tua fama brilha e reluz
E o velho rincão da cruz
Do rio grande tapejara
Vincha e lança de taquara
Com legendas libertárias
Guarda ansias proletárias
Del hermano che guevara.


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