PUBLICIDADE

A Um Domador Que Se Foi

Com a Alma Presa na Espora (1996)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Vem na guitarra campeira
Com rendilhas pela boca
Lembranças dessa milonga
De um campeiro domador

Que ao calar das madrugadas
Já tiflava na mangueira
Formando sobre a boeira
Parelha de cascos novos
Só pra mostrar aos mimosos
Um rio grande sem basteira

Foi no lombo de um crinudo
Sentador, mal arriado
Que o capenga ginetaço
Se quedou na tarde morna
No passo da assombração
Corcoveou o alazão reiuno
E o capenga apertado
Com um par de garfos ferrado
Prendeu seu último grito

Arrastou trastes da lida
No luzeiro das estrelas
Basto, bocal e rendilha
Maneador, cincha e carona

Pois a noite tinha o dom
De acalmar potros na doma
E lá quando amanhecia
O capenga já se ia
Reunindo tropas gavionas
O capenga já se ia

Um rodeio bem parado
É o seu maior encanto
Ali ensinava o canto
Pra os baguais
Que eram seus filhos

Mas estava em seu destino
Este alazão cor de ouro
Com baldas de outros lombilhos
Que lhe matou num estouro
Num entardecer de domingo
Que lhe matou num estouro

E agora calo a guitarra
É o meu sinal de respeito
A memória de um gaúcho
Que faz da doma um sinuelo

Há um saudade crinuda
Não se amansa campo afora
Traz lembranças de esporas
Acordando sesmarias
Acordando sesmarias
Maragatiadas de auroras


PUBLICIDADE

Músicas do Álbum

Veja outros álbuns >