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Das Minhas Fronteiras

De Campo e Alma (1999)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Qualquer dia eu junto as garras
Encilho o mouro e fecho as casas
Alço a perna do destino que se vai
As estradas são caminhos
Por onde sonhos e espinhos
Traçam rumos desiguais

O meu mouro tem um sonho igual ao meu
De ser livre não importa onde se vá
Nem que tenha que bandeá o Uruguai a nado
Pra achar o que perdi do lado de cá

E num galope de adeus
O aceno dos meus
Pelo olhar das porteiras
E a minha alma se aninha
Por não saber destas linhas
Das minhas próprias fronteiras.

Uma lágrima gaviona
Molha o meu rosto e se adona
E simplesmente se vai
Na cacimba das retinas
Ausências brotam rimas
Pra regar o Uruguai

E se um dia eu me extraviar
Pelos caminhos deste mundo
E o meu mouro der de rédeas pra voltar
Hei de afinar minha guitarra
Pelos cantos da cigarra
Que me esperam pra matear

E as estradas me contemplam ao partir
Num silêncio que aperta o coração
Sou mais um paisano triste
Que solito ainda insiste
Em buscar outro rincão.


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