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Encontrei a Marcolina

Meu Rio Grande é Deste Jeito (2002)

Baitaca

Me pilchei bem a capricho
Passei mocotó crina
Ingraxei meu trinta e oito
E me fui pra tasca da esquina
Cheguei e emboquei pra dentro
Tava lotado de china
Uma luz meio imbaciada
Parecia uma neblina
Onde tinha uma morena
Pernuda e cintura fina
Sou grosso, mas ando alerta
Fui conferir bem de perto
Era a negra Marcolina

Chegou sorrir de contente
Quando ela viu que era eu
Se rebolhando me disse
Que bom que tu apareceu
Porque eu to pegando fogo
Passe a mão no corpo meu
Foi tirando tudo a roupa
Ficou igual como nasceu
Se atracou num estripetise
Que até me surpreendeu
E essa nega mol
Perguntei do beibedol
Que o Pedro Bica te deu

Tapeei bem o meu chapéu
E mandei que tocasse um xote
E a negra Marcolina
se agarrou no meu cangote
dançava se requebrando
pra magoar o resto do lote
Um pouco dançava bem
Outro pouco a nois ia trote
Que nem egua caborteira
Chegava inte da pinote
Mas hoje eu te tiro as manhas
Que eu não to crespo de canha
Comigo tu erra o bote

Fiquei de novo da tasca
Com aquela negra assanhada
Mordia a perna do freio
Pior que gueixa esfoguetiada
Se grudou no meu pesco
Na minha perna acavalada
Foi me arrastando pro quarto
Ja uase de madrugada
Se queixou que o Pedro Bica
N?tinha lhe feito nada
Nhanhamo ate sair o sol
Fiquei com a perna mole
Mas a negra amarrotada

(Só usa sai comprida, deixou de mostrar as pernas
E nem tão pouco as lanterna. Deixou o passado pra traz
Tá tranquila, vive em paz, já se divertiu que chega
Apaguei o fogo da nega e nem faisca não sai mais.
Tomou o teu beiçuda .


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