Numa Cruzada De Campo
Com a Alma Aquerenciada nos Campos (2002)
Pepeu Gonçalves
Numa cruzada de campo, boto o pingo na estrada
um sombrero de aba larga, me defendia do vento
no meu acompanhamento um fronteiriço também vai
volta e meia um “sapucay”
pra apurar o trote lento
com a égua de a cabresto, cruzando cerca e banhado
o potrilho do meu lado, se assustava com o tormento
“ala maula” mas que tempo, já não se via mais nada
só a égua relinchava
em sinfonia com o vento
uma gateada rosilha, coiceira e sotretona
mordedeira, redomona, flor de arisca e matreira
mas ainda era faceira, crioula pura e lindaça
fazendo alguma arruaça
querendo chegar primeiro
num grito, Êra cavalo
puxa esta égua parceiro
temos que voltar ligeiro
pro patrão não complicar
larga a égua na mangueira
se quiser pode amarrar
depois de botar em cria
leva pro lado de lá