Alma Campeira
Coplas de Andarengo (1998)
Cesar Oliveira e Rogério Melo
Só no nasci de acavalo
Mas me criei campo a fora
Pachola pelas coxilhas
Num gauderiar de xiru
Sentado num paysandu
Tinindo aço da espora
E sempre que alço a perna
No ermo das madrugadas
Brilha o sol dentro da alma
E outro por entre as brumas
Se refletindo nas plumas
Das garças em revoada
Quero morrer campereando
Numa coxilha qualquer
Só pra seguir de acavalo
Pra querencia derradeira
Porque minha alma campeira
Se nega subir de apé
Já nasci pra ser campeiro
Sobre esta pampa dobrada
Com a rédea do dom cotxanga
De baixo dos meus arreios
Eu parto o rio grande ao meio
Levo o horizonte a trompada
E encontro pra pecha o sol
E a anca pra xina lua
Porque eu só tenho um cavalo
Pra gauderiar na fronteira
Deixo esta alma campeira
Em outra alma xirua
Quero morrer campereando
Numa coxilha qualquer
Só pra seguir de acavalo
Pra querencia derradeira
Porque minha alma campeira
Se nega subir de apé