Trancão Fandangueiro
Estampa de Galpão (2007)
Baitaca
O meu chapéu dá quase um palmo de aba
Bombacha larga com cinco metro de pano
No meu pescoço lenço branco ou colorado
Esparramado no peito desse pampeano
O céu azul é minha coberta que me tapa
E a rima guapa é a minha cama onde eu me deito
Cutuco a rima enquanto a cordeona soluça
E o verso xucro escramuça na invernada do meu peito
Cutuco a rima enquanto a cordeona soluça
E o verso xucro escramuça na invernada do meu peito
Nesse tranco fandanguero, dexa que eu me vá
Nesse em balo galponeiro quero ver me segurá
Sou bagual, sou caborteiro, ruim de me domá
Aço ruim de derreter e sou pau ruim de farquejá
Gosto de ver uma cordeona resmungando
E retoçando numa vanera cuiúda
Danço arrodiado num balanço socadito
Agarradito numa morena parruda
Se por acaso no meio na polvadera
Um bagacera dá uma de valentão
Mostro pra ele que índio macho de respeita
E o bagacera se ajeita na folha do meu facão
Mostro pra ele que índio macho de respeita
E o bagacera se ajeita na folha do meu facão
Nesse tranco fandanguero, dexa que eu me vá
Nesse em balo galponeiro quero ver me segurá
Sou bagual, sou caborteiro, ruim de me domá
Aço ruim de derreter e sou pau ruim de farquejá
Encilho o pingo e já salto pra o arreio
Vou prum rodeio que o compromisso me chama
Tiro de laço, gineteada e paleteada
E na noitada tem o fandango na grama
Subo no palco e faço um show de respeito
Abro meu peito pra gauchada campera
E a inspiração vem das palma da platéia
E o verso salta da idéia que nem zebu da mangueira
E a inspiração vem das palma da platéia
E o verso salta da idéia que nem zebu da mangueira
Nesse tranco fandanguero, dexa que eu me vá
Nesse em balo galponeiro quero ver me segurá
Sou bagual, sou caborteiro, ruim de me domá
Aço ruim de derreter e sou pau ruim de farquejá