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Da Estância Bolão de Ouro

Vida de Campeiro (2003)

Baitaca

Compadre velho domingo tu vai lá em casa
Que o meu potrilho já está pronto pra domar
Que tua ajuda pra quebrar o queixo dele
Salta pra arriba que eu quero te amadrinhar

Compadre velho vá de manhã bem cedinho
Que eu já te espero com ele preso na mangueira
Eu te amadrinho no tostado frente aberta
Que é acostumado a pechar égua caborteira

Esse matungo é de raça bem veiaca
Dá cada coice de tremer as carretilhas
Pois o pai dele nunca senta os arreios
E a mãe dele é aporreada e tropilha

Esse cavalo é da estância bolão de ouro
Que é conhecida lá pras bandas do funchal
É terra forte do índio que gineteia
É campo fino do potro xucro e bagual

O capataz da estância bolão de ouro
Gosta de festa, de cordeona e de violão
Vai estar presente na primeira galopeada
Pois também gosta de lidar com redomão

Esse matungo é de raça bem veiaca
Dá cada coice de tremer as carretilhas
Pois o pai dele nunca senta os arreios
E a mãe dele é aporreada e tropilha

Este gaúcho é um índio que eu considero
E é pra ele que eu compus essa canção
Me dê licença vou encilhar o meu cavalo
Que tem a marca da estância do bolão

Esse matungo é de raça bem veiaca
Dá cada coice de tremer as carretilhas
Pois o pai dele nunca senta os arreios
E a mãe dele é aporreada e tropilha


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