Desafio de um Paulista e um Gaúcho
Desafio de Um Paulista (1977)
Gildo de Freitas
(Agora vamos ter o prazer de apresentar dois trovadores
Um paulista e um gaúcho sendo eles Gildo de Freitas
E Flor da Serra para os aplausos de vocês
E agora como o espaço de rádio é curto sai cantando Flor da Serra)
- Risca a gaita gaiteiro
-Amigo Gildo de Freitas
O que tu andas fazendo
Aqui por estas bandas
Anda comprando ou vendendo
Andas dando ou apanhando
Andas ganhando ou perdendo
-Nem dando nem apanhando
Nem ganhando nem perdendo
Vivo na escola do mundo
Ensinando e aprendendo
Sou nascido no Rio Grande
O senhor fique sabendo
-Isto eu já fiquei sabendo
E que és bom repentista
O senhor fique ciente
Hoje por primeira vista
Tu vais entregar os pontos
Para um trovador paulista
-Para um trovador paulista
Paulista tu te convence
Que eu nasci pra fazer verso
E esta trova me pertence
E o patrão dos trovadores
É o pavilhão Rio Grandense
-No pavilhão Rio Grandense
Estou trovando contigo
O povo da tua terra
Não reconhece perigo
Em alguns anos atrás
Foram dois estado inimigo
-Foi dois estado inimigo
Há muitos anos atrás
Mas tenho convicção
Que hoje não brigam mais
E o novo desafio
Retrata um sinal de paz
-Retrata um sinal de paz
És trovador competente
Se o povo daqueles tempos
Fossem mais inteligente
Não havia tantas guerra
Nem matavam tanta gente
-O de fato tu tens razão
Não matavam tanta gente
É que o estudo aumentou
Hoje é tudo diferente
Se nota pelo governo
Deste novo presidente
-Este novo presidente
Nos trouxe tanta alegria
Na hora que este Brasil
Tantas mortes prometia
Se não fosse este gaúcho
Triste de nós que seria
Ai triste de nós que seria
É uma barbaridade
Porque até o homem deseja
Pra o povo a tranquilidade
Por isso nóis dois também
Vamos trovar com a amizade
-Vamos trovar com amizade
Mas comigo é diferente
Eu respeito no Brasil
As leis do teu presidente
Mas na trova não respeito
Gaúcho na minha frente
-Gaúcho na tua frente
Eu não vim pra fazer guerra
Eu sou o Gildo de Freitas
E tu és o Flor da Serra
Mas se eu perder pra paulista
Não retorno a minha terra
-Não retorna a tua terra
Tu lida com paciência
Porque aqui em São Paulo
Vais encontrar resistência
O trovador que eu pegar
Não volta mais pra querência
-Se eu não voltar pra querência
Não é por faltar talento
Só se houver uma paulista
Que mude o meu pensamento
Bonita e cheia da grana
Pra fazer bom casamento
-Pra fazer bom casamento
Precisa ser rica e bela
O Gildo tu estás coroa
Pra casar com a donzela
Vê se me explica cantando
Qual a sua intenção por ela
-E como o espaço é curto
Canta seu último verso, Gildo de Freitas
- Obrigado menina
-A minha intenção com ela
Eu sou um homem sem luxo
Depois que eu gosto da china
Eu honro quem mandou o cartucho
Venço a trova e levo ela
Pra o território gaúcho