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Sonho e Realidade

Tão Pedindo um Vanerão (1994)

Gaúcho da Fronteira

Reparti contigo meu prato de sonhos
Meu catre de lona e cama de pelego
Meu rancho barreado que fiz a preceito
E em meados de junho te dei aconhego

Te dei mate quente no forte do inverno
Servido a capricho na concha da mão
No momento bravo, sombra e água fresca
Pra ser mais ameno teu sol de verão.

Reparti contigo dores e tristezas
Sonhos e esperanças, cerrados e jardim
Reparti meu peito bem pela metade
De saudade um tanto e carinho sem fim

Pedi ao patrão velho lá das alturas
Proteção divina, paz e alegria
Na boca do rancho um sorriso grande
Pra pelar cantando quando viesse asa crias

Te dei sobrenome que orgulhou o pago
E toda família por aonde vai
Peleador e amigo de raça e de fibra
Mas nunca foi santo, pois santo é meu pai.

Aprendi que o sonho é um desejo teu
A que a realidade é um direito meu.


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